
Como tirei o Visto Americano de Marinheira – o C1/D

Como tirei o Visto Americano de Marinheira – o C1/D
Finalmente chegou a hora de tirar o visto C1/D – um visto especial para tripulantes de navio! Como eu comentei antes, teria que ir até o Rio de Janeiro. Eu já havia pago taxa de agendamento de R$100,00, cobrada pela agência. A própria agência me enviou um link do consulado para preencher um questionário MUITO chato, no fim tem que enviar uma foto, mas as exigências do site são tantas que levei umas duas horas até conseguir uma foto que desse certo! É valido lembrar que é crime pagar para outra pessoa preencher esse questionário para você, muitas agências de turismo oferecem esse serviço, mas é ilegal e você pode até ter o seu pedido cancelado caso a embaixada saiba disso. Outra coisa que só aprendi depois é que eu mesma poderia ter agendado a entrevista do visto e economizado os R$100,00.
Muito bem, precisava chegar até o Rio de Janeiro, acabei comprando a passagem de ida de avião pela Azul, saindo de Campinas. Paguei por volta de R$150,00. A passagem de volta, no mesmo dia, saia por mais de R$400,00, não dava né? Acabei comprando pela Cometa para voltar de ônibus, já que não tinha pressa nenhuma! Não lembro bem o preço, mas ficou por volta de R$100,00!
Sai de Campinas bem cedinho meu voo era as 6:00, mas tinha acordado as 4:00. Cheguei no Rio não era nem 8:00, resolvi ficar passeando pela cidade até dar a hora de ir para o Consulado! Ali perto do Aeroporto peguei um ônibus de linha e sai andando pela cidade! Passei por aqueles lados bonitos tipo Leblon, vi o Pão de Açúcar de longe, passei no meio de uns bairros super bonitinhos, depois de um tempo o ônibus foi pra um lado da cidade que não eram muito bonitos. Juro que fiquei mais de duas horas dentro do ônibus, mas precisava matar o tempo e não tinha dinheiro. Desci perto do lugar que tinha embarcado, para ajudar, tinha começado a chover.
Fiz mais uma horinha e fui até o escritório da agência, que, imaginem vocês essa coincidência, também é do mesmo dono da escola que dá cursos sobre vida marítima, aqueles que no final não servem de nada. Enfim… Entrei no escritório que era minúsculo e fedia a cigarro, peguei um documento e desci para o banco, para pagar a taxa de $140,00 que foram convertidos em quase R$ 300,00 (saudades dólar dois reais), peguei o recibo e parti pro consulado. Fiquei um bom tempo na fila do lado de fora, aos poucos eles chamam o pessoal para entrar no prédio, só que é proibido entrar com qualquer tipo de eletrônico. Do lado de fora ficam alguns caras com uns saquinhos de plástico guardando os celulares, cobram uns R$5,00. Aí só te resta confiar neles ou jogar o celular fora, porque não existe outra opção.
Dentro da sala que é lotadíssima, esperei mais de uma hora para ser atendida. Fiquei super revoltada porque Patrícia Poeta (que era apresentadora do Jornal Nacional na época) chegou e foi passada na frente de todo mundo. Ficou todo mundo de bico, olhando pra ela com cara feia, mas ela deve ser mais importante do que todo mundo que tava ali né? Passei pela entrevistadora e foi super tranquilo, ela falava português super bem e fez poucas perguntas. Perguntou se eu confiava na empresa que estava me contratando, se eu tinha experiência com fotografia e se já tinha ido alguma vez ao navio! Eu tava bem preocupada, mas foi lindo! Saindo de lá, já peguei um papel para pagar a taxa de entrega do passaporte. Logo na saída recuperei meu celular, que Graças a Deus estava certinho! Fui à um Correio ali do lado e paguei a taxa do SEDEX, deu menos que R$ 40,00 (mais barato um SEDEX do Rio para o interior de SP do que aquele que a clínica e a agência do mesmo estado que eu me cobraram).
Aquela chuva abençoada tava atrapalhando tudo! Vi um ônibus escrito Rodoviária e entrei, isso era por volta das 14:00 horas, minha passagem para Campinas estava para as 18:00 e eu já tava morrendo de cansaço! No final consegui mudar e antes das 15:00 horas eu já tava dentro do ônibus! A volta foi quase tranquila, achei que fosse morrer umas 5 vezes, o motorista era muito “bração”! Cheguei super tarde em Campinas, então acabei deixando meu carro no estacionamento do aeroporto e indo direto da rodoviária para casa!
Uma observação importante: o visto para nós marinheiros (tripulantes de navio) é o C1/D, que é visto para trabalho em navios e aviões. Esse visto não é válido pra bater perna em Miami por exemplo! É super, super necessário lembrar e relembrar a entrevistadora que você quer esse visto especificamente, apesar de já estar escrito na solicitação, já ouvi falar de gente que recebeu o visto errado e teve que pagar tudo de novo!
O processo seletivo e pré embarque é super cansativo e por isso estou contando em tantos posts. Isso tudo é legal para que você entenda como funciona todo esse processo para conseguir um emprego em navios de cruzeiro. Mas falta pouco pra terminar, aí começo a falar das coisas legais da vida à bordo!
Me acompanhe por aqui e pelo Instagram @giovanaquaglio onde vou compartilhar tudo sobre esse mundo de trabalhar em navios de cruzeiro.

Deixei de embarcar por falta de passagem
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