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Minha História,  Pré-Embarque

Exames Médicos para Trabalhar no Navio e a Indignação

 

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Celebrity Solstice e o céu de Veneza

Exames Médicos para Trabalhar no Navio e a Indignação

Continuando a saga do meu embarque, era hora de correr atrás do exames médicos… Tá achando que é fácil ser tripulante de navio? No email da agência não constava nada sobre quais seriam os exames, nem os preparativos, só dizia que era preciso o jejum de 12 horas. Aliás, essa comunicação por email, tanto da parte da agência, quanto da parte da clínica, sempre foi bem falha. Quando recebi um email de confirmação da data para os exames, a informação era de que eu embarcaria para a Royal Caribbean, e o preço dos exames era bem mais baixo. Eu achei estranho, pois meu embarque era pela Image (que também recruta para a Royal Caribbean). Se eu não tivesse prestado atenção nisso teria feito os exames errados e teria um belo problema pela frente.

No dia 05/08 peguei um ônibus até São Paulo, chegando lá peguei um metrô e um ônibus até chegar na clínica, que fica num lugar MUITO feio de Diadema, sem nada por perto – vale lembrar que eu estava de jejum desde o dia anterior. Cheguei na hora marcada e esperei um tempão para fazer os exames. O primeiro foi o exame de urina, para que fosse feito o teste de drogas – proibido no Brasil – com uma pessoa dentro do banheiro comigo. O segundo foi o Papa Nicolau, que foi super constrangedor. Logo em seguida tirei vários potinhos de sangue. Gostaria de acrescentar que nunca mais me foi solicitado o Papa Nicolau, em nenhuma das outras vezes que fiz exames médicos para embarcar em navios, isso só aconteceu nessa clínica e através dessa agência.

Lá na clínica conheci um moço muito querido, que estava fazendo os exames para embarcar no Splendour of the Seas. O próximo exame era o Raio-X, que tinha que ser feito numa outra clínica. Fomos a pé, andamos um tantinho e chegamos numa saleta, cheia de gente. Esperamos um tantão, ainda de jejum, para tirar a chapa do tórax. Pegamos o resultado e voltamos para a outra clínica. Depois da manhã toda fazendo exames, naquele lugar que era muito sinistro, nem mesmo um pãozinho e um café a clínica nos ofereceu.

Veja bem, paguei quase R$ 800,00 para fazer todos os meus exames, que custaram mais do que o dobro do preço que seria se eu tivesse feito na minha cidade. Aqui em Mogi, se você faz um exame de sangue de R$ 15,00 eles te dão o café da manhã. Lá não nos deram nada e não tinha nenhum lugar por perto para comer. Acabamos comendo numa lanchonete horrível que ficava bem longe da clínica.

Voltamos para a clínica e esperamos pra passar pelo médico. Ele era Peruano e nem olhou pra nossa cara, perguntou o peso e a altura, perguntou se tava bem pra trabalhar e nos mandou embora. Fiquei com um pé atrás, você também ficaria? Depois disso fomos liberados. Ainda tive que pagar quase R$ 50,00 de SEDEX para que os exames fossem entregues para a agência (que só depois vim a descobrir que ambas são do mesmo dono) e um SEDEX de Diadema para Santos não ficaria mais de R$20,00. Mas tudo bem, respirei e pensei que dentro de pouco tempo eu estaria livre de tudo isso.

O rapaz me ofereceu uma carona até a rodoviária de SP, mas antes passamos pela escola que ele tinha feito o STCW e ainda comemos um cachorro quente no centro da cidade! Vim embora para Mogi e só iria saber o resultado dos exames dentro de uns dez dias.

É curioso pensar que eles não passam uma lista de procedimentos para os exames, por exemplo, se eu estivesse menstruada não poderia ter feito o Papa Nicolau, teria que voltar outro dia. Você não pode beber álcool nem comer comida gordurosa na semana dos exames, tudo dá alteração e adivinha só: você tem que refazer. E se você tem que refazer, você tem que pagar de novo. Muito interessante né? Por que será que eles esquecem de avisar certos detalhes? Tudo sempre foi muito cinza na comunicação tanto com a agência quanto com a clínica, não sei se era só desorganização ou má intenção.

Tinha uma menina que ia embarcar pela Costa lá na clínica, era a segunda vez que ela vinha fazer o exame de álcool no sangue. Ela já estava com a mala pronta para embarcar no dia seguinte, até que eles ligaram para ela correr na clínica e refazer esse exame. Na primeira vez o resultado tinha dado alterado, pois ninguém tinha avisado que não podia beber na semana do exame. Nesse dia ela chegou na clínica com uma super cara de ressaca, porque ela tinha feito a festa de despedida na noite anterior e enchido a cara. Algum palpite sobre o que aconteceu? Ela fez o exame, deu uma super alteração e ela perdeu o embarque. Gente, a menina perdeu a chance de entrar no navio no dia seguinte, já com passagem comprada, mala feita e depois de ter se despedido de todo mundo, porque a agência e a clínica não sabem se comunicar.

Fiquei indignada, mas até então tudo estava dando certo para mim. Aliás, essa é uma coisa que a gente tem que aprender enquanto está nesse processo de embarque, tudo tem dois pesos e duas medidas e nem tudo é justo. É importante ter muita paciência e determinação, tentar manter o máximo de comunicação com a agência a guardar tudo por escrito.

Depois de tudo isso ainda precisei tomar minha vacina de febre amarela, que era obrigatório – e a agência só me lembrou de me dizer isso na semana antes de eu embarcar. Como eu estava morando em Campinas, acabou sendo fácil conseguir essa vacina, simplesmente fui no horário indicado no aeroporto de Viracopos, não precisava ter horário marcado e foi super tranquilo. Eu tive que tomar a vacina em algum lugar que desse a carteirinha internacional de vacinação, senão ela não teria validade para o navio. Ainda bem que não precisei pagar nada por isso e todo o processo foi super tranquilo, meu braço ficou dolorido por uns dias, mas nada demais!

Enfim, é um longo processo para conseguir os exames e uma grande burocracia. Mas sem os exames corretos a equipe médica do navio pode simplesmente não deixar que você embarque, eles checam tudo para ter certeza de que você está ok para poder trabalhar no navio.

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