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Fotógrafo,  Minha História,  Vida à Bordo

Minha primeira semana trabalhando no navio

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Meu navio, o Celebrity Solstice

Depois do meu primeiro choque, as coisas começaram a se ajeitar à bordo do Celebrity Solstice. O mais importante na primeira semana trabalhando em navio é tentar se localizar, aprender o trabalho e conhecer as pessoas. Vamos por partes.

A-Pass:

Uma das primeiras coisas que fiz quando cheguei no navio foi o tal do A-Pass, que é um cartão de identificação de tripulantes. Ele é literalmente tudo para você dentro do navio, é com ele que se compra coisas no bar, paga a internet, abre a porta da cabine, entra e sai do navio. Se você perder esse cartão eles cobram até multa para fazer um novo.

Se encontrando no navio:

Se localizar é difícil, só o Solstice tem no total 18 andares. Tudo bem que a gente não precisa saber tim-tim por tim-tim, mas é preciso saber os lugares principais para poder se encontrar e poder sobreviver. O navio é tão grande, você leva uns 15 minutos para andar de uma ponta a outra, é inacreditável!

Cada cargo tem seus limites á bordo, como fotógrafa eu sempre trabalhava nas áreas de passageiros, o que não acontece em outros cargos, como cozinheiros por exemplo. De qualquer maneira, é bom carregar um mapinha no bolso até você conhecer o navio. Pedir ajuda para os outros tripulantes é uma boa maneira de fazer amizades, não adianta tentar se esconder, pois todo mundo sabe que você é novo à bordo!

Como fotógrafa eu tinha que saber alguns lugares básicos: minha cabine, galeria de fotos, laboratório, crew mess (refeitório), sala de treinamento, crew bar e gangways (entrada e saída do navio). Isso tudo logo no segundo dia, falando pode até parecer fácil, mas na prática o bicho pega… os corredores das áreas de tripulantes são piores que labirintos, perdi as contas de quantas vezes me perdi ou me peguei andando em círculos, mas em uma semana já comecei a me sentir em casa. Sabia que os corredores dos tripulantes têm nomes de ruas e bairros famosos? Na teoria isso ajudaria a nos localizar, mas na prática não serve para nada!

Mais uma curiosidade: sabia que a maioria dos navios não têm o deck 13? Nos Estados Unidos também é comum deixar o andar 13 de fora e pular do 12 para o 14, dizem que é para não dar azar!

Treinamentos e trabalho:

É até engraçado falar, mas tive aulas no navio todos os dias, por uma semana… Isso é normal, todas as companhias ensinam suas regras e procedimentos para os tripulantes, tanto para os novatos quanto para os que estão retornando.

A primeira coisa que a gente aprende é que você tem que sorrir o tempo todo que estiver em área pública, a segunda é que o passageiro tem sempre razão. Além disso, temos aulas de segurança, aprendemos sobre as filosofias da empresa, aprendemos como devemos nos vestir, como tratar os outros tripulantes… é cansativo. Eu entendo que tudo isso é necessário para que a gente se familiarize com a companhia, mas a primeira semana já é super tensa por conta da mudança de estilo de vida e do novo emprego. Além das aulas, também tive provas para testar se realmente aprendi tudo que eles ensinaram, principalmente na área de segurança do navio.

Se você embarca como fotógrafo vai ter que esquecer tudo o que sabia e aprender a profissão de novo. Como assim? Isso mesmo, trabalhar como fotógrafo em terra é totalmente diferente de trabalhar como fotógrafo em navio de cruzeiros. Em terra temos liberdade de criação, tempo para posar as pessoas e até mesmo de olhar na tela da câmera e ver se a foto ficou boa. Já no navio o bicho pega, todo o processo é extremamente rápido e você tem que entrar em modo automático, não pode pensar muito. Já existem as poses pré aprovadas pela companhia e você só pode usar elas, você não tem tempo para bater papo com o passageiro, muito menos fazer amizade. Parece aquela coisa industrial, sabe? Você tem que tirar fotos de 3 poses diferentes em menos de um minuto, e posar os passageiros pode ser bem complicado. Eu vou escrever contando mais sobre o trabalho de fotógrafo de cruzeiros em breve.

Comunicação com o mundo real:

A primeira semana à bordo de um navio é tão caótica que você dificilmente vai ter tempo para sair do navio, mas isso também nem deve ser a prioridade, pois você estará lá por mais 6 meses. No meu caso eu só sai alguns dias para trabalhar fotografando a gangway, que é quando os passageiros saem do navio e tiram foto com os personagens. Além disso, existem duas maneiras de se comunicar com a família: cartão telefônico e internet. Já adianto que a conexão no navio costuma ser péssima, atualmente várias companhias tem investido em qualidade de internet, mas ainda assim é sofrível. Logo que cheguei essa foi uma das minhas primeiras preocupações, avisar a família que eu tinha chegado bem e tudo estava ok. Comprei um cartão telefônico e consegui ligar pra casa, na própria cabine tem um telefone nosso para comunicação dentro do navio e também para ligações internacionais. Para conectar na internet você vai precisar pedir a orientação de como entrar na rede, cada navio tem uma maneira diferente, mas o que todos têm em comum é que você precisa pagar uma grana para poder usar a internet lenta. Esse pagamento é feito através do seu cartão de identificação.

Alimentação:

Você tem todas as refeições gratuitas no navio, no Celebrity Solstice nós tínhamos um refeitório enorme com três buffets diferentes e muitos tipos de comida. Tem dias que você encontra uma comida super boa e tem dias que você não encontra nada pra comer, não é drama. É super importante saber o horário de funcionamento da mess, se você perder a hora vai ficar com fome. É muito legal todo o sistema, você tem café da manhã, almoço, chá da tarde, jantar e late snack. É terminantemente proibido levar comida pra cabine, você pode levar um warning (advertência) por isso. No próprio navio existe uma lojinha para os tripulantes com chocolates, salgadinhos, produtos de higiene e mais algumas coisas aleatórias, é legal tem algumas bobeirinhas na cabine para aquela hora que dá vontade de comer alguma coisa. Eu também tinha um frigobar na cabine, então sempre comprava um refrigerante (ou cerveja) para ter na hora da vontade.

Uma outra coisa que é super interessante é que nós temos que comprar nossa própria água. No refeitório a água é à vontade e de graça, mas você não pode encher a garrafinha e levar pra cabine por questões higiênicas. Mas a garrafa de 1 litro custa coisa de 30 centavos, então é tranquilo!

Eu sobrevivi!

Como eu disse, você vai passar a primeira semana tentando sobreviver ao jet-lag, os treinamentos, o trabalho e todo o aprendizado. É muita informação que você recebe na primeira semana e é muito importante tentar assimilar tudo, além disso o trabalho é normal, ninguém vai facilitar pra você por ser sua primeira vez. Essa semana pode parecer super difícil, mas pode ficar tranquilo que tudo vai dar certo!

Me acompanhe por aqui e pelo Instagram @giovanaquaglio onde vou compartilhar tudo sobre esse mundo de trabalhar em navios de cruzeiro.

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